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Comitê de Lideranças Femininas lança manual e discute desafios da carreira para mulheres

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Publicado em  
9.11.2024

Dando continuidade às ações de fortalecimento das mulheres na oncologia, a SBOC organizou uma sessão destinada ao debate dos desafios da carreira das mulheres oncologistas, liderada pelos membros do Comitê de Lideranças Femininas da entidade.

Dra. Angélica Nogueira, coordenadora do Comitê, começou as discussões mostrando que a reflexão sobre a carreira feminina na medicina é uma questão muito antiga. Em 1849, o New England Journal of Medicine já publicava um artigo denunciando que não havia nenhuma lei proibindo as médicas de ascenderem, mas que existia uma série de obstáculos sutis e poderosos.

Encontrando ressonância no presente, esse cenário foi explicado pela oncologista a partir dos dados da pesquisa “Liderança Feminina na Oncologia”, realizada pela SBOC. Hoje, embora a especialidade seja dividida igualmente entre homens e mulheres, 63% das posições de liderança em times e departamentos são ocupadas por homens.

A pesquisa identificou que apenas 36% das mulheres estão satisfeitas com a progressão de suas carreiras, contra 63% dos homens. A principal barreira que elas encontram, conforme indicaram 63% delas, é o desequilíbrio entre trabalho e família. Além disso, 40% das mulheres acreditam que seu gênero influencia no seu pagamento contra apenas 5% dos homens. Sobre comportamentos inapropriados, 61% das mulheres indicaram ter sido assediadas no trabalho versus 23% dos homens.

A pesquisa, cujo resultados foram publicados pela Folha de S. Paulo, foi uma das etapas do projeto “Mulheres na Oncologia” da SBOC. A partir desses achados, a entidade convidou especialistas para uma série de lives discutindo temas como assédio, maternidade, diferenças salariais, teto de vidro e síndrome da impostora.

Essas palestrantes estiveram presentes na sessão do Congresso. São elas: Marina Ganzarolli, advogada idealizadora do MeToo Brasil, Dra. Gisah Guilgen, membro do Comitê de Lideranças Femininas da SBOC, Vera Regina Meinhard, ex-executiva do Grupo Renault e fundadora da Meinhard Conneting Voices, e Dra. Márcia Datz Abadi, diretora médica executiva da MSD Brasil.

Ao fim das discussões, foi lançado o manual “Liderança Feminina SBOC”, que surgiu a partir dos debates apresentados nessas lives. Os temas foram aprofundados para serem publicados neste documento que servirá como referência sobre o tema.

“Este é um material incrível, fruto das discussões dessas mulheres, que contribuíram com este material denso e instrutivo, muito potente. Com certeza, o manual irá ajudar milhares de mulheres que precisam entrar em contato com esse conteúdo. É uma honra enorme lançá-lo”, comentou a presidente da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho.

Ela também ressaltou o momento da Sociedade, que tem aumentado a representatividade feminina interna. “Sou a 3ª presidente mulher da entidade e já temos as próximas duas presidentes eleitas. Nossa diretora-executiva também é uma mulher. Essas vozes estão reverberando. E que bom que estamos tendo aceitação, colaboração e incentivo de nossos pares, independente do gênero”, finalizou.